A Ética saiu para o Recreio e não voltou mais

Mais uma vez estou aqui — e, como sempre, outra indignação me aparece.

Vim visitar minha mãe, que trabalha com van escolar para uma escola pública.
Pela manhã, todos os funcionários se reúnem para o café, com bolachas e risadas, prontos pra começar o dia.
Minha mãe vai à escola três vezes por dia para fazer seu serviço, e nessas idas e vindas, alguns funcionários pegam carona com ela.

E, como em todo ambiente de trabalho, as fofocas correm soltas.

Mas desta vez, não é só fofoca: é absurdo mesmo.
Ela ficou sabendo que acontecem roubos dentro da própria escola — e não de pessoas de fora, mas dos próprios funcionários.

Sim, você leu certo.
A cozinheira… e até a própria diretora.

Eles roubam alimentos que deveriam ser das crianças.
Comem ou levam pra casa o que foi destinado à merenda.

Enquanto isso, as crianças comem maçãs cortadas em quatro pedaços, quando o certo seria cada aluno receber uma maçã inteira.
E tem mais: a senhora cozinheira coloca colher de boca diretamente na comida das crianças.
Sobra alimento, mas em vez de continuar servindo para que os alunos comam até o fim, deixam estragar — ou levam embora pra casa.

E, pasme, quando algum funcionário consome ali mesmo, tem gente que ainda reclama:

> “Ué, não está ali pra consumo?”
Então por que é errado comer na escola, mas certo levar pra casa?



Aonde vamos parar?
Cadê o respeito ao próximo?
E as pessoas que sabem disso e fingem que não veem, onde estão?

Infelizmente, ainda vivemos em um país onde muitos se calam diante do errado — e onde o silêncio é o maior cúmplice do roubo.
A população ainda não entendeu que só juntos conseguimos fazer barulho, mas, infelizmente, nem todos têm coragem de ir até o fim.

Atenciosamente,
A Observadora Ácida

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